terça-feira, 19 de outubro de 2010

Quinta aula

1. Os sofistas e Sócrates (469 – 399 a.C.)

1.1. A concepção dos sofistas: Protágoras e Górgias

1.2. Sócrates

1.2.1. O problema socrático

1.2.2. A crítica de Sócrates e Platão aos sofistas

1.2.3. O método socrático: Ironia e Maiêutica

1.2.4. As idéias fundamentais da filosofia de Sócrates

Com Sócrates se inaugura um novo período para a filosofia. Embora não seja o primeiro filósofo, pode ser considerado como o pai da filosofia, pois é um dos que mais interpreta a filosofia. Antes de Sócrates a filosofia estava voltada para a natureza e com ele está mais ligada ao homem. Sócrates está ligado ao contexto de Atenas. Fazia filosofia na vida cotidiana, viveu e morreu por sua concepção filosófica, era popular mas vivia em conflito com a cidade pelas suas críticas.

Seu problema é não ter deixado nada escrito, isso ocorreu por ter um pensamento muito aberto do saber, e para ele, escrever significava fechar esse pensamento. O que se sabe de Sócrates foi escrito por Platão, em seus diálogos. Na verdade, poderia ser uma versão feita de Platão, não se sabe ao certo se foi mesmo Sócrates que pensava de tal maneira, mas os historiadores acreditam, sim, nessa versão.

Idéias de Sócrates:

. idéia de que Sócrates sempre admitiu o seu não saber, ao afirmar que a única coisa que sabia era que nada sabia. Ele é considerado o mais sábio dos homens, mas acha isso difícil, sendo assim, procura os homens, os quais considerava os mais sábios, e percebe que eles não sabiam tanto, eles eram prepotentes, então percebe que é o mais sábio porque não se vangloria, ele reconhece o seu não-saber.

. conhece-te a ti mesmo -> para Sócrates essa frase queria admitir o auto-conhecimento, ou seja, que não se pode conhecer o mundo sem conhecer a si próprio e a autonomia, que é a liberdade que o conhecimento tem a partir dele mesmo, ou seja, não há conhecimento de fora para dentro, mas sim o que surge de dentro do sujeito. Para se chegar ao conhecimento tem que achá-lo dentro de si mesmo.

Sócrates, em todo o seu julgamento, continua com sua postura coerente e com sua pregações, não as mudando só para salvar sua vida. Seu julgamento foi por ser acusado de corromper os jovens.

Sofistas se apresentavam como professores e não ensinavam ciência, mas sim coisas práticas, técnicas. A técnica mais conhecida é a da retórica, ou seja, ensinavam a fazer um discurso e vencê-lo. Seus discursos são como disputas, onde eles ensinam tanto A, quanto não-A, não defendendo a verdade. É nesse sentido que Sócrates os critica, pois a filosofia não pode se submeter a isso, o conhecimento não pode ser vendido.Para Sócrates, filósofo é aquele que ensina por prazer, buscando um diálogo, e a busca pelo prazer deve ser algo desinteressado. Sócrates também os critica pois eles rompem com a questão fundamental da autonomia(relação onde só eles ensinam, não há conhecimento sem debate). Por fim, Sócrates e Platão consideram os sofistas como relativistas, ou seja, eles são céticos, suas opiniões mudam, porém o que é justo não pode mudar.

Para os sofistas tudo é opinião (dóxa) e para Sócrates a opinião é aparência e não verdade.Tudo é convenção (nómos) para os sofistas , ou seja, não se fala em verdade absoluta, além de valorizarem o senso-comum. Já para Sócrates o importante é a verdade (alétheia), a natureza e a ciência (epistéme).

Principais sofistas:

. Protógoras -> homem como medida de todas as coisas; justiça é definida pelo homem. É comum com Sócrates só a centralidade do homem, porém o foco é diferente.

. Górgias -> com relação à retórica, dará ênfase ao aspecto emocional (a oratória passa pelo envolvimento emocional do auditório). Entra em conflito com Sócrates e Platão, pois os mesmos defendem a razão pelo fato de a emoção ser enganadora.

Método Socrático -> exemplo nos diálogos de Platão da República, onde Sócrates é um personagem:

. Ironia -> refutação das idéias. Começa a questionar e faz o interlocutor perceber que está no caminho errado. Questionamento constante, ele faz os interlocutores perceberem que as definições são insatisfatórias.

. Maiêutica -> parto; preparar os integrantes para esse momento da maiêutica. Sócrates é o parteiro da alma. Ajuda a chegar ao conhecimento assim como a parteira faz o bebê nascer. Sujeito tem que chegar ao conhecimento por ele mesmo: autonomia.

Características de Sócrates:

1) idéia de virtude – busca da definição do que seja virtude e sua essência.

2) virtude não pode ser separada da ciência. Não é possível separar virtude e saber; virtude e razão. A virtude é uma forma de conhecimento e não um simples modo de agir. Agimos virtuosamente porque sabemos o que é virtude. Mais que modo de agir, a virtude é forma de conhecimento.

3) não é possível conhecer virtude e agirmos virtuosamente se não soubermos o que é razão e não saberemos o que é razão se não soubermos o que é a alma enquanto inteligência raciona. A essência da alma é dada pela razão. (para sócrates a fonte de todos os vícios é a ignorância)

4) a razão é a capacidade para chegarmos aos conceitos pela distinção entre a aparência sensível e a realidade, entre a opinião e a verdade, entre imagem e conceito, entre acidente e essência. A razão é o poder da alma para conhecer as essências das coisas.

5) As coisas de que trata a filosofia não são coisas naturais da cosmologia, mas das qualidades morais e políticas dos homens e dos meios de conhecê-las.

6) A finalidade da vida ética é a felicidade, que se encontra na autonomia e na virtude (o ser feliz é o ser virtuoso).

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